I ENCONTRO NACIONAL DE ADOLESCENTES E JOVENS CONTRA O TRABALHO INFANTIL

O evento é uma iniciativa do Programa de Educação contra Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Peteca), do Ministério Público do Trabalho no Ceará (MPT/CE), em parceria com o Comitê de Adolescentes na Prevenção e Erradicação de Trabalho Infantil (Canpeti), o Fórum Estadual pela Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil no Ceará (Feeti-CE) a Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Estado do Ceará (APDMCE), a Rede Peteca Chega de Trabalho Infantil, dentre outras órgãos, entidades e movimentos envolvimento com a temática.

Protagonistas do ENAPETI

Vamos conhecer um pouco mais os participantes do ENAPETI? Dessa vez conversamos com Wilson Guilherme Pereira, de Rondônia. Ele começou a compreender o que era protagonismo aos 12 anos, ao participar do Projeto “Aqui Jacy Fala”, em Jacy Paraná, distrito de Porto Velho. O projeto trabalhava ações de enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes.

Foi lá que aquele menino que desde os 8 anos sonhava em trabalhar – influenciado pela cultura local – abriu os olhos para os impactos do trabalho precoce e compreendeu que há tempo pra tudo. E que o tempo da infância e do trabalho não deveriam se cruzar. Isso mudou sua perspectiva de vida, o ajudou a construir novos paradigmas e a sonhar com outra realidade para ele e para outros meninos e meninas. Ali o seu presente ganhava novas cores e seu futuro novas possibilidades. Possibilidades que ele abraçou com entusiasmo e competência.

Nessa caminhada já integrou a Rede JUVA (Juventude Unida pela Vida na Amazônia, uma iniciativa do UNICEF), a Renade (Rede Nacional de Defesa do Adolescente em Conflito com a Lei) e hoje, estudante de Direito, trabalha na coordenação de políticas públicas para crianças e adolescentes de sua cidade. Vamos ouvi-lo?

https://www.facebook.com/APDMCE/videos/1294072490715088/

Costuma-se dizer que os filhos são espelhos dos pais, mas o inverso também existe e é muito bonito de se ver! Paula Amaral (a mãe) e Anna Luiza (a filha de 17 anos) são exemplos disso. Anna, desde muito pequena se expressava muito bem e já estranhava o fato de a fala das crianças parecer não ter força. Sua postura rendeu a indicação da escola para participar de uma conferência sobre direitos de crianças e adolescentes em sua cidade, Atibaia/SP. Ela tinha 8 anos. E ali se abriu um novo horizonte não apenas para aquela menina, mas para toda sua família.

Os pais a acompanhavam nas conferências, reuniões, fóruns dos quais participava e no início ficavam meio “por fora” dos assuntos. Com o tempo e depois de vários preconceitos superados, a mãe começava a descobrir também aquele universo de direitos violados e se sensibilizava com a causa da infância. Difícil ser indiferente, quando se tem uma militante em casa! Até que veio da filha a sugestão para a mãe: e se ela se engajasse e tentasse uma vaga no Conselho de Direitos do município? A mãe topou e hoje é conselheira de direitos. Depois, nova proposta: e se a mãe fizesse Serviço Social, para compreender e poder interferir na elaboração de políticas públicas? Novamente desafio aceito. Anna Luiza, por sua vez, acumula 4 livros escritos, um projeto social (“Os cinco passos”) que já beneficou 12 mil alunos de 5º ano e o orgulho de ter sido a única adolescente a receber o prêmio Marco da Paz. Com vocês, Anna Luiza:

https://www.facebook.com/APDMCE/videos/1294098954045775/

Mikael Lucas veio ao ENAPETI representando o estado do Rio Grande do Norte. Como muitos dos adolescentes e jovens presentes ao encontro, ele participou ativamente dos NUCAS – Núcleos Núcleo de Cidadania dos Adolescentes, iniciativa do Selo UNICEF Município Aprovado. Seu engajamento com a bandeira da garantia dos direitos de crianças e adolescentes também tem uma origem no UNICEF, quando aos 14 anos foi escolhido para representar a escola em uma atividade preparatória para o Selo UNICEF. Desde então descobriu na participação, no empoderamento e no protagonismo o caminho que queria trilhar em sua vida. E assim o fez. Ajudou a fundar Nucas em outros municípios além do seu – Extremoz, São Gonçalo e Ceará-Mirim; participou do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente; é presidente de grêmio estudantil e militante do direito à educação de qualidade. Agora, integra o Comitê Nacional de Combate ao Trabalho Infantil. Fala, Mikael!

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